A busca pela perfeição corporal deixa uma conta alta não apenas pelas intervenções estéticas e cirúrgicas plástica para se adequar aos padrões, mas também cicatrizes e complicações que perduram por toda a vida.
Há pouco tempo, o caso da apresentadora Andressa Urachi ganhou destaque por mostrar como o exagero pode custar caro. A modelo vem sofrendo para retirar as exageradas quantidades de hidrogel injetadas em seu corpo, e já passou por inúmeras cirurgias em busca de reverter esse quadro de infecção.
Os riscos de injetar hidrogel
Segundo o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Dr. Marco Cassol, o risco de injetar o produto depende de dois fatores: “Respeitando o limite de 50 ml e não misturando os diversos tipos de produto, a chance de dar complicação é muito pequena”, explica em entrevista à Gazeta de Pinheiros – Grupo 1 de Jornais.
Entretanto, há outro vilão que dá mais problemas que o hidrogel: o polimetilmetacrilato (pmma). “A substância é composta por pequenas esferas de acrílico, e o hidrogel são pequenas esferas de poliamida. Os dois preenchedores são tipos de plásticos com tamanhos específicos”, elucida.
Ambas são permanentes, com o tempo perdem seus efeitos, mas não são completamente absorvidas pelo corpo e por isso continuam nos tecidos. “Não existe nenhum procedimento para retirar totalmente o produto. Diferentemente do ácido hialurônico, que desaparece e não causa lesão porque há a substância naturalmente no corpo.
O médico ressalta que, nos casos como o de Andressa, o ideal era fazer a aplicação de outras substâncias na região das coxas e nádegas. “Eu não uso o hidrogel, temos outros preenchedores que podem ser utilizados que dão menos complicações que os alógenos. Tentamos preencher colocando gordura do próprio corpo do paciente”.
Cirurgia plástica como solução para problemas
No ano de 2013, dados do relatório da International Society of Aesthetic Plastic Surgery afirmam que Brasil ocupou o primeiro lugar no ranking dos países que mais realizaram cirurgia plástica com 1.491.721 procedimentos.
O Dr. Cassol reconhece que há um exagero em muitos casos de pacientes que possuem Transtorno Dismórfico Corporal, onde o indivíduo tem uma preocupação exagerada com a aparência e vê seus defeitos maximizados ou enxerga-os onde não existe.
“Eles tem certo sofrimento e acabam fazendo inúmeros procedimentos cirúrgicos e nunca estão satisfeitos mesmo tendo um bom resultado. E infelizmente, acabam indo a vários cirurgiões plásticos, e no final das contas acham um que topa entrar nessa jogada deles.”
Mas em muitos casos, a correção de um problema físico como a orelha de abano ou a redução de seios muito grandes podem sim mudar a vida de uma pessoa. “Como em qualquer ofício, nós temos bons profissionais e outros com condutas questionáveis.
Esses trabalhos acabam comprometendo o verdadeiro significado do que é cirurgia plástica. Com ela, o paciente pode redescobrir a autoestima, passa ter uma vida muito mais plena”, lembra o especialista.
Na busca de um cirurgião plástico confiável, o Dr. Cassol ressalta que ele deve ser filiado à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e outras entidades sérias do segmento. Além de ser indicado por outras pessoas que fizeram os procedimentos com o profissional. “É muito importante que exista uma empatia entre o médico e o paciente.
O especialista precisa entender a pessoa quer. Se isso não acontecer, existe uma boa chance de não ter um bom resultado no final ou ter alguma insatisfação do paciente”, aconselha.